segunda-feira, 23 de novembro de 2015

a vontade de sondar o espaço, Jorge?



em doze frases distruiu planos para as noites chuvosas
o encanto da divisão de um palheiro ao som da vitrola 
e a parte mais gloriosa de um sábado
e sobre este sábado preciso alongar-me
assim como fiz no longo e estranho ato sexual
não se valha da boa foda alheia em nome do simples conhecimento
isso gera um desgosto danado
um mal querer por ter apresentado boa parte daquilo que considera bom e ainda sim ser mais uma vez insuficiente
soa adolescente, não soa?
acreditando ou não
pra quem leva tudo intensamente qualquer instante é mais que suficiente
distorce dor, acalma o foco e deixa tudo mais emocionante

e hoje o tábua de esmeralda não concorreu com você sussurrando as letras

sábado, 14 de novembro de 2015


só o tempo pra desanuviar
aquela lágrima presa da qual você não tem culpa
impossível construir algo sobre um terreno instável e arenoso
depuração é coisa comum, quero ver é dragar e reconstruir alicerces bem fortes
para depois reerguer-se como um arranha-céu
e talvez pareça hipócrita demais falar de sentimentos com analogias de construção
mas não há nada pior que sentir-se ruindo
colunas caindo 
e você como um kamikaze guerreiro
atirando-se com seu pássaro de prata
rumo ao que de mais sagrado existe:
o cumprimento da própria sentença.